Analisando Lula e Bolsonaro
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Comparações ajudam a um melhor entendimento de nosso mundo.
Comparações ajudam a um melhor entendimento de nosso mundo. Podem ser usadas para determinar semelhanças e diferenças entre as coisas, que podem então ser melhor compreendidas em suas particularidades. Por exemplo, é possível comparar maçãs e peras. Ambas são pomos e crescem em árvores em climas temperados. Ambas são semelhantes em tamanho e são doces, embora maçãs ácidas também existam. As semelhanças acabam quando se trata de forma, cor e sabor específicos.
As maçãs têm uma casca dura que protege a fruta, enquanto as peras têm uma polpa macia que é deliciosa e muitas vezes comida crua ou cozida como maçãs para a sobremesa.[1] Uma comparação pode ser feita com relação às propriedades de um objeto com as de outro, mas as comparações também são frequentemente feitas entre dois objetos do mesmo tipo.[2] As comparações entre os itens podem ser positivas (por exemplo, “Este carro é mais rápido que o outro carro”) ou negativas (por exemplo, “Este carro é mais caro que o outro carro”).[3] Ao fazer comparações, é útil identificar se um item é superior a outro comparando suas características com as do outro.
Alemanha de Hitler e a Rússia de Stalin
Infelizmente, hoje a comparação de forma analítica não esta sendo usada. Na discussão política de hoje, a analogia prevalece, ou seja, a equiparação. O nazismo e o comunismo são frequentemente igualados em vez de comparados, o que significa que nenhum dos dois sistemas totalitários pode ser compreendido de maneira adequada. Tudo se torna o mesmo caldo uniforme.Acontece com muita frequência em um debate se alguma instituição ou medida é necessária ou não; como se isso fosse auto-evidente e nada mais pudesse ser dito sobre isso do que “é como… mas ninguém sabe o quê”. No entanto, sempre há diferenças entre a Alemanha de Hitler e a Rússia de Stalin, ainda que ambos fossem estados igualmente totalitários – em particular, no que diz respeito aos métodos que usaram para alcançar o poder e mantê-lo (como veremos). Nesse sentido, é crucial que as pessoas que viveram no sistema totalitário sob o qual viveram tentem nos explicar como foi para elas pessoalmente.
No Brasil, a tendência à analogia é particularmente pronunciada. O retorno de Lula da Silva ao cenário político mostra isso novamente com clareza. Esperando uma disputa pela presidência entre Jair Bolsonaro e Lula no próximo ano, os comentaristas já falam em uma batalha de extremos. “A extrema direita (Bolsonaro) compete com a extrema esquerda (Lula)”. Insinua-se que os dois senhores são na verdade farinha do mesmo saco. Ambos são “populistas”, diz-se – apequenando Lula e banalizando Bolsonaro. Mas a verdade não é tão simples. Embora, em teoria, ambos os homens possam ser descritos como populistas, suas visões da sociedade diferem significativamente. Eles são até diametralmente opostos em algumas questões: direitos das mulheres, homossexualidade, aborto, indígenas, negros, gays etc.
Logo Rodrigo Maia falou
“Um tem visão de país; o outro enxerga só o umbigo”
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, já reconheceu o absurdo dessa analogia.
“Você não precisa gostar do Lula para entender a diferença dele para o Bolsonaro. Um tem visão de país; o outro só enxerga o próprio umbigo.”
E acrescentou que para o Brasil é um “desastre”.
Maia ao invés de igualar, ele comparou. Porque ao comparar Lula e Bolsonaro, é impossível dizer que os dois são farinha do mesmo saco.
No entanto, na análise, chegamos às semelhanças. Por exemplo, que a política ambiental do Bolsonaro é uma catástrofe, mas a do PT também foi devastadora (Belo Monte!). Ou que a política de drogas do PT colocou muitos jovens negros atrás das grades por muitos anos devido a pequenas quantidades de maconha. Por último, mas não menos importante, o PT também criou um clima de intolerância para com as vozes críticas mais à esquerda.
Para fazer uma comparação adequada, é importante entender qual é o objetivo da comparação. Algumas pessoas podem usar comparações para tentar manter a felicidade que tiveram no passado. Outras pessoas podem se permitir sofrer e seguir em frente quando fazem uma comparação entre duas experiências. É importante estar ciente do motivo pelo qual estamos fazendo a comparação e utilizá-la de forma produtiva.
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