Aos 69 anos, aposentado volta a estudar, é aprovado em concurso público e mostra que nunca é tarde para reescrever a própria história
Em outubro de 2024, uma história chamou atenção em todo o Brasil: a de Antônio, um candidato de 69 anos que conseguiu aprovação em um concurso público após retomar os estudos na aposentadoria. A trajetória ganhou visibilidade no canal do Professor Paulo Tenório, voltado para orientar estudantes veteranos, e rapidamente alcançou milhares de visualizações. O que surpreendeu o público não foi apenas a aprovação, mas o fato de alguém quase septuagenário competir em igualdade com jovens recém-formados e acostumados a maratonas de estudo.
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Segundo ele próprio, essa conquista não surgiu de um impulso momentâneo. O desejo de ocupar um cargo público já o acompanhava desde a juventude, mas questões familiares, trabalho e responsabilidades o afastaram desse objetivo por décadas. Somente após se aposentar, percebendo que ainda havia um sonho pendente, é que decidiu dar uma nova chance a si mesmo. A aprovação confirmada em 2024 transformou seu nome em referência para muitos candidatos acima dos 50 e 60 anos.
Um projeto de vida após a aposentadoria
O que Antônio viveu ultrapassa a ideia de “passar em um concurso”: trata-se de uma verdadeira redescoberta. Em um país onde muitas pessoas acreditam que, ao chegar aos 60 anos, já não há espaço para novos começos, sua atitude vai na contramão dessa lógica.

Nos primeiros meses pós-aposentadoria, ele percebeu que a rotina tranquila não era suficiente. Faltava propósito. Foi aí que o antigo objetivo — estudar para um concurso — reacendeu. Em vez de enxergar a idade como limitação, Antônio passou a encará-la como vantagem: mais serenidade, maior capacidade de concentração e uma visão de mundo amadurecida.
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O retorno aos estudos exigiu ajustes. Ele retomou conteúdos que não via desde a escola, enfrentou dificuldades com legislações atualizadas e linguagem técnica, e precisou criar uma nova rotina de aprendizado. No entanto, a constância superou os obstáculos: acordava cedo, organizava o dia, assistia aulas, resolvia questões e revisava o que antes parecia impossível.
A preparação técnica e emocional que fez a diferença
Especialistas em concursos públicos costumam dizer que o maior desafio de candidatos veteranos não é o conteúdo, mas a autoconfiança. A história de Antônio evidencia isso. Ele enfrentou medo de tecnologia, insegurança diante de candidatos mais jovens e até comentários desmotivadores vindo de pessoas próximas.

Mesmo assim, desenvolveu uma estratégia de estudos eficaz. Dividia o conteúdo em blocos menores, fazia pausas curtas, concentrava-se no que tinha maior peso no edital e priorizava a compreensão em vez de quantidade. Com o tempo, dominou disciplinas jurídicas, administrativas e procedimentais.
Sua maturidade emocional também foi decisiva. Enquanto muitos candidatos mais jovens sofrem com ansiedade, ele aprendeu a lidar com erros, a interpretar reprovações como etapas naturais e a participar de simulados sem pressão. A combinação entre disciplina, experiência de vida e constância explica seu desempenho acima da média.
A aprovação e o debate sobre envelhecimento ativo
A confirmação do resultado, em 2024, transformou Antônio em símbolo de uma discussão cada vez mais relevante no Brasil: o aumento do interesse de pessoas idosas por concursos públicos como forma de reinserção profissional e desenvolvimento pessoal.
Sua trajetória reforça debates sobre envelhecimento ativo, manutenção da saúde mental por meio dos estudos e participação social de pessoas acima dos 60 anos. De acordo com o IBGE, essa faixa etária é a que mais cresce no país — e histórias como a de Antônio mostram que esse público não está destinado à passividade, mas pode continuar contribuindo ativamente para a sociedade.
Mais do que um número ou estatística, sua aprovação funciona como mensagem direta para aposentados e trabalhadores mais velhos: há tempo, há espaço e há oportunidades para recomeçar.
Como o exemplo de Antônio inspira candidatos de todas as idades
A repercussão da história motivou outros candidatos veteranos, que se reconheceram em sua jornada. Professores da área afirmam que pessoas mais velhas têm, sim, vantagens concretas: maior foco, menos distrações, resiliência emocional e paciência para lidar com o processo. O que geralmente falta é acreditar que ainda é possível.
A conquista de Antônio ultrapassa seu sucesso pessoal. Ela mostra que, mesmo depois de décadas longe das salas de aula e provas, é possível construir uma nova carreira, alcançar estabilidade e realizar sonhos adiados. Sua história inspira milhares de brasileiros que desejam mudar de vida, mas acreditam que “a idade não permite”.
O percurso de Antônio deixa uma mensagem poderosa: a maturidade não limita — ela convoca para uma nova coragem. Ele provou que sonhos antigos podem ser retomados e que a determinação não tem prazo de validade. Sua vitória, amplamente divulgada em 2024, confirma que nunca é tarde para aprender, recomeçar e conquistar o que parecia distante.





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